Provavelmente o metro é a unidade mais emblemática do Sistema Internacional de unidades, e seu próprio nome remete à medição.
Contudo, por mais intuitiva e tão presente em nossa vida que essa unidade seja, houve um longo processo para sua adoção.
Baseado na história humana, os métodos de medições variavam de um lugar para o outro e não havia nenhuma padronização.
Além de existir diferenças nos métodos, haviam as diferenças nos sistemas numéricos, como o sistema de numeração romano, hindu, chinês, árabe, entre outros, que eram substituídos com base em qual era o novo regente que assumia o poder.
Apenas na França da idade média, estima-se que havia cerca de 250 mil de unidades diferentes, de acordo com o autor Ken Adler, e isso evidenciou a necessidade de uma padronização.
Esta padronização veio em 1789, com a revolução francesa, cujos objetivos era transformar a sociedade baseados nos princípios do Iluminismo.
Uma reforma foi proposta para os sistemas de medição, de modo que eles se baseassem na racionalidade e evitassem os métodos tradicionais e arbitrários.
E a primeira definição do metro se deu em 1791, quando a Academia Francesa de Ciências adotou o nome metro como sendo a unidade universal de comprimento.
Assim, o metro foi definido como sendo a décima milionésima parte do meridiano que vai do polo norte até a linha do equador, passando por Paris.
Contudo, uma outra definição havia sido proposta anteriormente pelo cientista Christopher Wren, que definia a unidade de comprimento padrão como sendo a distância percorrida por um pêndulo no período de meio segundo. Por incrível que pareça, a diferença entre as duas propostas de definição diferia em apenas 3 milímetros, menor para a proposta de Wren.
Contudo, na época, não se sabia qual era o comprimento do meridiano em questão; assim, dois astrônomos notáveis foram encarregados de descobrir o comprimento do meridiano entre Dunkirk e Barcelona e o que se esperava que durasse apenas um ano, levou sete.
Um fato interessante foi que eles eram frequentemente presos por estarem praticando “atividades suspeitas” num tempo em que todos eram suspeitos em virtude da revolução.
Com os dados em mãos, os franceses então construíram um modelo materializado numa barra metálica que seria o padrão de comprimento.
Outro detalhe interessante foi que o trabalho de confecção do primeiro metro deveria ser muito preciso e o projeto foi dado para que os ingleses o executassem.
Com a expansão das conquistas de Napoleão pela Europa, todos os países dominados passaram a adotar o sistema estabelecido pela Revolução Francesa.
Com a queda o império francês, os países subjugados voltaram para seus sistemas anteriores.
Entretanto, Portugal e Holanda aderiram voluntariamente ao sistema métrico e cada vez mais países passaram a adotá-lo por causa da importância da padronização numa economia cada vez mais global.
O império britânico, principal rival da França, não aderiu à nova convenção de medidas imediatamente, mas com o tempo passou a adotar o sistema métrico como sistema alternativo ao sistema imperial.
Os EUA já haviam adquirido sua independência e não aderiu ao novo sistema, mesmo com a adoção gradual da Grã-Bretanha.
Atualmente, apenas os Estados Unidos, a Libéria e o Mianmar ainda não se adequaram completamente ao SI.
Fatos históricos
1. Em 1799, o metro se tornou a unidade padrão de comprimento, e depois o sistema métrico foi implantado em toda a França.
2. Entre 1870 e 1872, vários protótipos do metro foram construídos feitos de 90% de platina e 10% de irídio.
3. Em 1959, a polegada foi definida com o comprimento de 25,4 mm (0,0254 m).
4. Em 1960, o metro padrão físico foi substituído por uma medição mais precisa, baseada no comprimento de ondas da radiação do átomo de criptônio.
5. Desde 1975, o metro tem sido definido como sendo o espaço que a luz leva para percorrer no tempo de 1/299 792 458 segundo.
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