Dentro da metrologia, todos nós sabemos que a busca pela precisão é algo contínuo e constante. Cada medição importa! Sabemos que há vários erros que podem influenciar as leituras provenientes das mais variadas fontes.
Uma dessas fontes de erro, e também muito subestimado, é a paralaxe. Consequentemente, como uma fonte de erro que pode impactar nossas medições, é importante que compreendamos esse fenômeno para garantir a confiabilidade dos resultados obtidos.
O que é o erro de paralaxe em instrumentos analógicos?
De uma forma geral, a paralaxe é um erro de leitura que ocorre em função da mudança aparente da indicação de um medidor. Em outras palavras, se nos movimentamos ao fazer a leitura de um instrumento analógico, perceberemos uma leitura diferente para cada posição que assumimos.
Em termos práticos, se você olhar para a marcação da escala principal e do nônio de um paquímetro, de um ângulo ligeiramente acima ou abaixo do ideal, a linha de visão não coincidirá com a marcação real.
Isso fará com que a leitura pareça estar em um ponto diferente da escala, resultando em um valor medido incorreto. Se o ângulo de visão for de cima, a leitura tende a ser menor; se for de baixo, a leitura tende a ser maior do que o valor verdadeiro.
Para evitar o erro de paralaxe, nosso olho precisa estar alinhado perpendicularmente à escala do instrumento no ponto exato da leitura. Vale ressaltar que isso ocorre com instrumentos analógicos, como réguas, balanças de ponteiro, paquímetros e outros instrumentos com escalas graduadas. Nos instrumentos digitais, esse erro não existe, pois ocorre que os instrumentos nos dão a leitura que medem.
O erro de paralaxe é um erro de observação. Ele não é um erro que está associado ao instrumento, mas diretamente ao posicionamento do observador no momento da leitura. Ou seja, o instrumento pode estar perfeitamente calibrado, mas a posição incorreta do observador distorce a percepção da medida.
Como evitar o erro de paralaxe em metrologia
A boa notícia, é que o erro de paralaxe é facilmente evitado. Ao realizar medições, posicione-se corretamente de modo a ficar perpendicular com o indicador do instrumento no ponto de leitura.
Alguns instrumentos são projetados para minimizar a paralaxe. Um exemplo é o manômetro que possui uma faixa espelhada em seu mostrador, de modo que quem for fazer a leitura deve esconder o reflexo atrás do próprio ponteiro – eliminando, assim, a paralaxe.
Instrumentos mais sujeitos ao erro de paralaxe
- Réguas graduadas
- Balanças de ponteiro
- Paquímetros
- Manômetros
Outros instrumentos podem ter bordas chanfradas ou guias visuais que facilitam o alinhamento correto. A calibração regular dos instrumentos e o treinamento contínuo dos operadores também são práticas essenciais para mitigar esse e outros tipos de erros de medição.
Paralaxe em instrumentos digitais: existe esse problema?
Nos instrumentos digitais o erro de paralaxe não ocorre, pois a leitura é direta, sem depender do ângulo de visão do operador.
Conclusão: confiabilidade nas medições e qualidade metrológica
Em resumo, a paralaxe é um fenômeno simples, mas com implicações significativas na precisão metrológica.
Ao adotar boas práticas de medição e utilizar os recursos dos instrumentos de forma inteligente, é possível reduzir drasticamente sua influência, garantindo medições mais confiáveis e resultados mais precisos, fundamentais para a qualidade e a segurança em diversas áreas da engenharia e da ciência.
